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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Capítulo Quatro


Quinta-feira, 12 de setembro

Nove horas da manhã.

Puxa! Já se passaram seis semanas de aula, mas até parecem seis dias. Ainda não saí com Pérola, mas tenho conversado com ela muitas vezes. Hoje nós tivemos um papo interessante.

- Você vai ao jogo de futebol amanhã? – perguntei.

- Por que iria? – retrucou ela.

Dei de ombros.

- Eu vou estar lá.

Ela sorriu tão longa e demoradamente que me deu vontade de agarrá-la e beijar aqueles lábios vermelhos.

- Bom, se é assim então acho melhor consultar a minha agenda – disse.

Na aula de orientação de hoje não pude falar com ela frente a frente. Mas tenho a impressão de que ela vai ao jogo. Acho que amanhã vai ser uma grande noite. Lua vai ficar chateada por eu estar ganhando a aposta, mas isso é problema dela. De qualquer jeito ela não vai cair na real em relação a Chay Suede. Só por que esta ajudando o cara nas tarefas de redação, ela pensa que esta apaixonada. Mas, pelo que ela me contou, Chay não é lá muito bom de papo. Meio sem querer, peguei uma conversa dos dois na biblioteca e tive que tapar a boca pra não dar uma risada.

Lua (falando de um livro que tinha na mão): Eu adorei 1984. O que você achou?

Chay: Gostei. Foi um ano legal. Eu adorava andar de skate naquela época.

Lua: Mas eu estava falando do livro de George Orwell. Aquele sobre o futuro.

Chay: Ah, sim. Acho que assisti o filme na tv. É aquele sobre o computador chamado Hal, não é?

Lua: Ah, é sim...

Quando será que ela vai enxergar que:

1) O cara só tem aquele cabelo e outras coisas horrorosas porque as garotas adoram.

2) Ele ainda sonha com a Sophia-qualquer-coisa.

Acho que preciso ter uma conversa de verdade com ela. A vida da Lua está ficando quase ridícula.

- Arthur, você tem de fazer alguma coisa em relação a esse carro. - disse Lua enquanto chegávamos ao colégio na sexta-feira.

- Por quê? – respondi, procurando um lugar grande o suficiente para que coubesse meu Oldsmobile 1972.

- Está nojento. Eu acho que até tem alguma coisa nascendo dentro daquela garrafa.

Ela me mostrou então uma garrafa plástica com um líquido meio esverdeado balançando lá dentro. Depois apontou para o assoalho, ao lado do passageiro, onde seus pés se apoiavam sobre uma pilha de jornais velhos e latinhas vazias de refrigerante.

- Está certo. Como pagamento pela carona até o estádio de futebol, porque você não dá uma limpada no meu carro? Eu até passo com ele pela sua casa amanhã, só para facilitar as coisas pra você.

Estacionei o Oldsmobile entre um pequeno Toyota e um Fiat, enquanto Lua destravava o cinto de segurança.

- Sem chance. Provavelmente iria parar no hospital, vítima de algum veneno criado aqui.

Fechamos as portas e fomos para o estádio. Parecia que todo o colégio Elite Way tinha vindo assistir o primeiro jogo dos Raiders da temporada.

Lua se enveredou pelo meio do amontoado de calouros que zanzavam fazendo hora perto das arquibancadas. Ela foi abrindo caminho em direção à parte mais alta das arquibancadas onde Mel Fronckowiak e Mike Feldman já estavam sentados.

- Oi pessoal – cumprimentou Lua – Já entraram no clima do jogo dos Raiders?
Mel fez careta.

- Claro. Mal posso esperar para começar a torcer. Adoro assistir a Amanda Wright chacoalhando seus pompons.

- Que coincidência! Eu também! – disse Mike, mexendo com suas sobrancelhas pretas.

- Então por que a gente vem assistir? – Lua perguntou a Mel, enquanto se sentava perto de mim – Até parece que a gente gosta de futebol.

- Estamos aqui pela mesma razão que todas as outras garotas – respondeu Mel – Esperamos encontrar nosso verdadeiro amor nas arquibancadas do colégio.

Desliguei da conversa das duas e olhei as arquibancadas. Mesmo achando que a Pérola não aparecia no jogo de futebol, tinha uma pequena esperança no intimo de que poderia topar de repente com aquele cabelo escuro e aqueles olhos brilhantes no meio da multidão.

Pérola e eu tínhamos conversado durante todos os dias daquela semana. Ela andava flertando comigo, sorrindo, jogando o cabelo para trás de modo provocante e tinha olhado para mim de um modo especial. Porém depois da aula de orientação ela sempre desaparecia pelo saguão, e até aquele momento eu não tivera oportunidade de combinar um encontro. Mas sabia que ainda conseguiria. Toda vez que a via entrando na sala de Maughn com se fosse a dona do colégio, eu tinha a certeza que não descansaria enquanto não a beijasse.

Meu coração veio parar na boca quando vi Pérola, sentada com um panfleto de futebol nas mãos, do outro lado das arquibancadas. De agasalho e uma camiseta preta justinha, mesmo daquela distância pude perceber que ela estava linda. E, o melhor de tudo, sozinha. Era exatamente a oportunidade que esperava.

Quando me levantei senti Lua me puxar pelo bolso de trás de meu jeans.

- Aonde é que você vai? A gente acabou de chegar.

- Vi o Micael. – respondi, apontando para algum lugar nas arquibancadas do outro lado do campo - Vou até lá conversar com ele.

Não estava a fim de agüentar as gozações de duas amigas sobre ir paquerar uma garota. Não tinha certeza se Pérola me receberia bem ou não e, se tivesse de voltar sem conseguir nada. Não queria que todos ficassem comentando pelo resto da noite.

Antes que alguém dissesse alguma coisa, me mandei arquibancada abaixo, de olho no ponto onde Pérola estava sentada. Para o caso de Lua estar olhando fui para o lado da numeradas e fiquei na fila por alguns minutos. Dei uma espiada no placar e vi que os do Elite ganhavam por 1 a 0, dando-me conta subitamente de que até o momento não tinha assistido um minuto do jogo. Corri para o lado das arquibancadas em direção a Pérola.

À noite ela parecia ainda mais bonita do que às cinco para as nove da manhã. Seu cabelo brilhava ainda mais sob as luzes dos refletores do estádio. Quando me viu caminhando em sua direção, sorriu e deslizou para o lado do assento. Entendi que era um convite para que me sentasse ao seu lado.

- O Doce Arthur. Como está? – ela cumprimentou quando me aproximei. O pessoal tem me chamado por esse apelido para fazer graça sobre minhas conquistas. Normalmente isso me irrita um pouco. Mas, vindo dos lábios dela, o apelido acendeu uma esperança.

- Tudo legal, vim para assistir ao jogo.

Quando me sentei a seu lado dei um jeito para que nossos joelhos se tocassem. Mesmo esbarrando pela calça jeans, pude sentir um choque percorrendo minha perna de cima a baixo.

Pérola olhou para o campo e suspirou.

- Eu ia ficar em casa hoje, mas é tão solitário. Não consigo ficar assistindo aos programas de tv de sexta à noite.

Concordei balançando com a cabeça e quase não acreditando na minha boa sorte. Claro que ela estava procurando alguém para curtir a noite. Com certeza era uma garota tímida e sensível e talvez fosse por isso que sempre saia tão depressa depois dos períodos de aula.

- Não esquenta, Pérola. Eu posso ser seu guia pelos próximos jogos das noites de sexta-feira no colégio Elite Way.

Ela deu uma risadinha e chegou um pouco mais perto.

- Ouvi algumas garotas comentando que vai ter uma festa na casa de Patrick Mayor depois do jogo.

Suspirei disfarçadamente, pensei que depois nós poderíamos sair para comer um hambúrguer ou uma pizza. Patrick Mayor era um jogador de futebol de quem muita gente não gostava. Porem, se ela queria um pouco do outro lado do Elite Way, não seria eu quem iria contrariar sua vontade.

- Legal. Vou falar com a turma e vamos todos juntos. Você poderá conhecer um monte de pessoas.

- Quem são seus amigos? – perguntou ela.

- Bem, você conhece Micael Borges. Ele está em nossa turma de orientação.

- Sim. Ele joga futebol.

Confirmei meio surpreso por ela saber o esporte preferido do Micael. Vai ver ele tinha andado dando em cima dela quando eu não estava por perto. Típico.

- É isso, ele joga como centroavante.

- Quem mais?

Ela olhava para mim com expectativa e não pude deixar de reparar em seus cílios, os mais longos que já tinha visto.

Por um segundo fiquei indeciso. Achei que não ia pegar bem falar de Lua. Muita gente não compreendia nossa relação, e eu não queria que Pérola entendesse errado também. Contudo, se não falasse e ela descobrisse mais tarde que éramos grandes amigos, seria ainda pior. Disfarcei e procurei falar com a maior naturalidade possível.

- Lua Blanco é minha melhor amiga. Ela está sentada nas arquibancadas do outro lado, junto com nossos amigos.

Pérola olhou para o povão.

- Ela não é líder de torcida?

Dei uma risada. Imaginar Lua como líder de torcida era tão engraçado como se eu estivesse lá no campo comandando a turma. Lua não era do tipo de garota que veste uma minissaia e fica gritando as letras do nome de um jogador para pentelhar a torcida. Ela prefere sentar e fazer comentários cínicos a respeito da vida dos adolescentes do segundo grau de hoje em dia. Balancei a cabeça negativamente.

- Não, mas ela é dançarina. Ela ensina jazz durante o verão em um acampamento em Minnesota.

- Que legal. – disse Pérola, franzindo o nariz.

- Chega de falar da Lua. Conte mais sobre você senhorita Pérola.

Pérola ficou quieta durante um instante como se estivesse organizando os pensamentos.

- Bem, eu disse que era da cidade de Nova York.

- Disse sim.

Eu estava tentando prestar atenção no que ela falava, mas me distrai olhando uma mecha de cabelo castanho brilhoso que caía sobre seus olhos. Não pude resistir e, passando a mão coloquei o cabelo preso atrás de sua orelha.

- Já contei que nos mudamos para cá porque meu pai e minha mãe queriam que meu irmão e eu tivéssemos uma vida melhor em uma cidade pequena?

- Contou.

Continuei pensando em como era sedoso o seu cabelo que acabara de tocar. Ela não se afastara quando esbocei o gesto, o que achei promissor.

- Já disse que acho você uma gracinha? – ela mordeu o lábio ao falar, e ficou me olhando com aqueles longos cílios.

Fiquei momentaneamente tão chocado que não consegui responder nada. Mas me recuperei em seguida:

- Não, não me disse.

Ela fez que nem se importou.

- Então me lembre durante a festa que eu direi.

Sorri imaginando a Lua andando pela escola com aquele cabelo loiro oxigenado. Eu já podia sentir o gostinho da vitória.

O resultado do jogo foi 2 a 1. Foi uma grande vitória do Elite, para um começo de temporada, e todo mundo invadiu o campo para cumprimentar os jogadores, Peguei na mão de Pérola enquanto a gente andava pelo meio da multidão. Tinha certeza de que a Lua podia arranjar uma carona para casa com a Mel, mas se ela estivesse esperando por mim não queria deixá-la desapontada.

Ela não estava na arquibancada e, mesmo depois de dar uma volta pelo campo, não consegui encontrá-la em lugar algum. Pérola não gostou desse passeio pela praça de esportes do Elite Way e então decidi que Lua seria perfeitamente capaz de se virar sozinha.

- Podemos dar uma passadinha em casa para eu me trocar? – Ela perguntou enquanto nos dirigíamos a meu carro no estacionamento.

- Você está linda assim mesmo. – disse eu, admirando-a pela centésima vez naquele dia.

- Obrigada. Mas como não conheço o pessoal acho melhor eu não parecer desarrumada

Entramos no carro, o que terminou a conversa.

Enquanto dirigia para a casa dela fiquei pensando como iria se vestir, já que se achava desarrumada agora.

Algum tempo depois estava sentado na sala da casa dos Faria, esperando Pérola acabar de se arrumar. Os pais dela tinham saído e a casa permanecia silenciosa. A sala era grande com um pé direito alto e grandes portas francesas. A sra. Faria tinha instalado um carpete grosso cor de creme e colocado alguns quadros na parede.

- Meu irmãozinho ainda vai acabar com esse carpete – pude ouvi-la dizendo minutos depois. Ela estava parada na porta do corredor de saída e parecia maravilhosa. Trajava um vestido vermelho curto e decotado. Usava um colar tão fininho que parecia prestes a se arrebentar a qualquer instante.

- Tchau, desarrumada. – eu disse por pura gozação.

Ela deu uma voltinha e em seguida pegou em meu braço.

- Vou considerar isso um elogio. – respondeu bem humorada.

- Mas foi essa mesmo a intenção.

Saímos para a noite quente e gostosa e Pérola trancou a porta da casa. Caminhamos até o carro, e seu salto fazia pequenos ruídos contra a calçada. No escuro da noite, cada passo sussurrava uma promessa. Apesar do calor, experimentei um calafrio.

Quando chegamos a casa de Patrick Mayor, havia carros estacionados por todo o quarteirão. Paramos a umas dez casas de distância e seguimos juntos com uma turma de colegas do Elite Way até a porta da casa. Bem antes de chegar à entrada já se podia ouvir a música vindo de caixas acústicas potentes. Pérola agarrou a minha mão com força e retribui com um suave aperto. Imaginei como poderia ser constrangedor ficar andando por uma casa desconhecida cheia de pessoas estranhas.

De repente Micael saiu de dentro da casa de Patrick na maior correria. Atrás dele vinha uma garota gritando esganiçadamente com uma metralhadora de brinquedo espirrando água.

- Vou pegar você. – gritava ela, enquanto passava por nós feito uma bala.

Andrew correu para trás de mim como se eu fosse um escudo.

- Aqui é território neutro – gritou - Arthur é como se fosse a Suíça.

A garota que só então reconheci, era Carrie Starks (a número dez da lista do Micael) e baixou a arma de brinquedo.

- Está certo. – concordou ela - Mas estou esperando você lá dentro.

Micael saiu de trás de mim e me cumprimentou.

- Grande festa, não é?

Concordei de imediato.

- Realmente tem uma festa aí, é o que posso dizer.

Micael se abaixou para amarrar um dos tênis.

- O que aconteceu com você no jogo? Lua me disse que você tinha ido me procurar para conversar, mas não o encontrei. Quando disse que o não tinha visto, ela fez aquela cara de quem não gostou muito e murmurou alguma coisa sobre uma aposta.

Por um instante me senti culpado por largar Lua no estádio. Mas não havia porque me preocupar. Eu poderia muito bem telefonar para ela de manhã cedo para me desculpar. Em vez de responder a pergunta eu me virei para Pérola.

- Micael, você conhece a Pérola?

Ele olhou ainda abaixado e reparou pela primeira vez que ela estava comigo.

-Claro que conheço. Qualquer pessoa que tire sarro do Maughn é alguém que eu considero um amigo.

Micael se curvou diante dela e a beijou a mão.

- Eu não fiz de propósito para contrariar – insistiu ela – Acho que ele apenas costuma dizer a coisa errada na hora errada.

Micael e eu caímos na risada. Era um comentário suave diante do que tinha acontecido.

- De qualquer modo, Lua esta lá dentro – disse ele- Ela e Mel estão gastando o chão de tanto dançar.

- É mesmo?

Não sei por que fiquei surpreso em ouvir que minha amiga estava na festa. Provavelmente porque sempre era eu que a levava a todos os eventos sociais. Na maioria das vezes ela ficava irritada durante as festas e então começava a me perturbar para levá-la para embora para casa, no máximo depois de uma hora e meia.

- É isso aí, cara. Dá uma conferida.

Micael voltou correndo para dentro de casa, gritando cumprimentos para todos que encontrava pelo caminho.

Seguimos atrás dele e, enquanto entrávamos, eu ia dizendo o nome e fazia algum comentário sobre cada uma das pessoas que estavam no jardim. Pérolaparecia estar absorvendo cada palavra que ouvia, balançando a cabeça e prestando muita atenção a tudo o que se passava em volta.

Quando entramos, ela quis ir para perto de onde vinha a música. O tapete tinha sido enrolado e colocado em um canto na sala de Mayor, e todas as poltronas e sofás estavam encostados nas paredes.

Assim que entramos na sala, a música foi trocada e valeu como uma deixa para que eu tirasse Pérola para dançar. Ela me pareceu contente e, por isso, apertei um pouco mais meu braço contra a sua cintura.

Enquanto dançávamos pela sala, vi uma cena que me deixou de boca aberta. Lua estava dançando bem do nosso lado, quase ombro a ombro.

Seus olhos estavam fechados e sua cabeça se recostava contra o peito de Chay Suede. Eu não ficaria mais chocado se avistasse um elefante entrando de repente pelo meio da sala. Lua não era o tipo de garota que chama a atenção por estar dançando devagar e coladinha (na verdade, eles estavam parados se abraçando), bem no meio de uma festa lotada de gente.

Quando Lua abriu os olhos, ela me viu encarando-a de frente. Pensei que ficaria sem graça e se afastaria de Chay, mas não foi isso que aconteceu. Ela deu uma piscadinha e fez sinal de positivo.

- Oi, Arthur. - disse, parecendo muito orgulhosa de si mesma, como se dançar com Chay Suede fosse equivalente a ganhar o prêmio Nobel da Paz ou coisa parecida.

- Ah, oi. – respondi.

- Oi, Arthur. – Chay cumprimentou, dando-me um tapinha nas costas - Quem é a sua nova amiga?

Por uma fração de segundo esqueci o nome de Pérola. Mas isso não teve muita importância porque Lua respondeu.

- Pérola, certo? Eu sou Lua e esse é Chay.

Notei que Lua puxou Chay um pouco mais para perto, como se estivesse querendo indicar a Pérola que aquele era seu namorado.

- Oi, Chay. – respondeu Pérola, e não disse nada para Lua.

Houve um longo silêncio que me deixou desesperado para quebrar.

- A gente se encontra por aí mais tarde. - Falei, puxando Pérola para outro lado.

- É, pode ser. – Lua respondeu.

Mas ela nem me olhou. Encarava Chay, e de repente senti que alguma coisa muito importante estava acontecendo, algo como por exemplo, Lua estar me vencendo na aposta.

Esfreguei o queixo no cabelo macio de Pérola enquanto tinha uma visão desagradável de mim mesmo com a palavra "perdedor" escrita no corte de cabelo.

Não era uma cena muito bonita.

Conversei com Lua no domingo a noite.

- Então, como vai a adorável Pérola? - Ela perguntou assim que atendi ao telefone.

- Adorável. – respondi secamente.

Estava esperando que ela comentasse como tinha feito papel de boba agarrando o Chay.

- Sexta foi demais, não é?

- Incrível. – respondi. Ela não estava entendendo minha ironia.

- Uma pena que Pérola não seja o tipo de garota pela qual você poderia se apaixonar. Acho que estou na frente na corrida para achar o par perfeito.

- O QUÊ? – gritei. Agora ela estava me sacaneando de verdade. - Por que não deveria me apaixonar pela Pérola?

- Você não viu o jeito como ela ficou olhando para o Chay? Quase ficou vesga. Espero que Chay não a convide para sair. Ela é muito bonita.

- Ah, dá um tempo. A Pérola nunca sairia com o Chay. Ele é totalmente inferior a mim.

- Ele era, não era?

Lua deu uma risada.

- Por favor, desculpe. Esqueci com quem estava falando. Você é o maior cara do mundo.

- Não precisa vir com gozação. - Falei, me sentindo magoado.

Lua ficou quieta por um instante.

- Falei sério Arthur. Você é o melhor. É só observar quem escolhe como seus melhores amigos para a gente perceber isso.

Como sempre eu não conseguia ficar bravo com a Lua.

- Durma bem Lua.

- Durma bem Arthur.

Desliguei o telefone sorrindo. Lua Blanco era única, especial.

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